2.12.06

 

“democracia que me engana,
na gana que tenho dela,
cigana ela se revela...”

por hugo fanton

O ataque midiático aos movimentos sociais se intensificaram neste final de semana, com ação do MST em um porto de Alagoas e conseqüente anúncio do Incra de que iria CUMPRIR um ACORDO estabelecido com o movimento. Rádios, TVs e jornais acusaram o governo Lula de ser parcimonioso no “combate” aos “criminosos” do MST.

A Folha publica em editorial deste sábado, 2 de dezembro, as seguintes frases:

“Sem o dinheiro do contribuinte, essa parolagem autoritária fazendo ode a um comunismo ludita estaria relegada ao limbo a que faz jus”.

O governo “premiou o ato delinqüente com a promessa de mais desapropriações e mais verbas, quando o seu dever, como órgão de Estado, era o de recusar-se a negociar sob pressão criminosa”.

Ora, tais palavras me lembram as acusações de que Lula quer controlar a imprensa com a campanha pela democratização da comunicação no Brasil. Dizem isso por considerarem a mídia democrática. Tal discurso uníssono contra ações políticas de movimentos sociais, bem como a criminalização destes, provam o óbvio: a comunicação no Brasil está muito, mas muito longe da democracia.

O que menos entendo é se a Folha, por exemplo, acredita no que fala. Ou melhor, se eles, de fato, pensam que seus leitores acreditam no que eles falam. A desonestidade é gritante. Num espaço de dois dias, um discurso que chama de autoritário um governo que prega a democratização e outro que criminaliza um movimento social. Discursos adotados por praticamente todos os jornais impressos, radiofônicos e televisivos.

A chamada grande imprensa continua adotando discursos discriminatórios, negando hipocritamente a falta de pluralidade nas coberturas jornalísticas no Brasil e tentam ainda esconder o óbvio de que as concessões públicas de rádio e TV, por exemplo, estão concentradas nas mãos de poucos grupos oligárquicos do país. Queria saber o que o manual de redação da Folha pensa disso tudo. Pena que, quando chamado, ele não vem à universidade debater. [r]

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comentários:
Meios de comunicação imparciais, independentes, justos, eqüanimes... Prefiro acreditar em Saci-Pererê.

Tudo que o homem faz não pode ser sacralizado.

Abraços,
 
Pode até ser isso, mas uma mídia mais democrática daria às pessoas o benefício da dúvida.
 
O problema é que a maioria esmagadora dos meios de comunicação está nas mãos de indivíduos cujos interesses são contrários aos dos movimentos sociais. Eles podem até dizer em seus discursos que são pela distribuição justa de renda, diminuição da pobreza etc, mas têm medo do aumento da pressão popular, da chamada radicalização dos movimentos... Gostariam que os movimentos existissem, mas quietinhos, a mercê da burocracia estatal.
 
Por isso que eu digo.
O jornalista é uma prostituta. Se vende muito fácil.
No ambiente de trabalho escreve diversos textos sobre o MST, já num blog, caga no prato que comeu......
 
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